As Forças Armadas brasileiras adquiriram grande poder político após a vitória na
Guerra do Paraguai. A politização das instituições militares ficou evidente com a
Proclamação da República, que derrubou o
Império, ou com o
tenentismo(movimento tenentista) e a
Revolução de 1930. As tensões políticas voltaram à tona na década de 1950, quando importantes círculos militares se aliaram a ativistas de
direita em tentativas de impedir que presidentes como
Juscelino Kubitschek e João Goulart tomassem posse, devido ao seu alinhamento com a ideologia
comunista. Enquanto Kubitschek mostrou-se simpático às instituições capitalistas, Goulart prometeu reformas de longo alcance, expropriação de interesses comerciais e a continuação da independência da política externa iniciada por seu antecessor Jânio Quadros com o Brasil tendo relações diplomáticas e comerciais com ambos os blocos capitalista e comunista.
Em 1961, Goulart foi autorizado a assumir o cargo, sob um acordo que diminuiu seus poderes como presidente com a instalação do
parlamentarismo. O país voltou ao sistema
presidencialista um ano depois, e, como os poderes de Goulart cresceram, tornou-se evidente que ele iria procurar implementar políticas de esquerda, como a
reforma agrária e a nacionalização de empresas em vários setores econômicos, independentemente do consentimento das instituições estabelecidas, como o
Congresso. Na época, a sociedade brasileira tornou-se profundamente polarizada, devido ao temor que Brasil se juntasse a
Cuba como parte do
bloco comunista na
América Latina sob o comando de Goulart. Políticos influentes, como Carlos Lacerda e até mesmo Kubitschek, magnatas da mídia (
Roberto Marinho,
Octávio Frias de Oliveira,
Júlio de Mesquita Filho), a
Igreja Católica, os
latifundiários, empresários e parte da
classe média pediam uma "contra-revolução" por parte das Forças Armadas para remover o governo.
Em 31 de março de 1964, as operações das tropas rebeldes foram iniciadas. Goulart fugiu para o
Uruguai em 1 de abril. Apesar das promessas iniciais, a ditadura militar durou 21 anos. Além disso, o novo governo pôs em prática vários
Atos Institucionais, culminando com o
AI-5, de 1968, que vigorou até 1978. A
Constituição de 1946 foi substituída pela
Constituição de 1967, e, ao mesmo tempo, ocorreram a dissolução do
Congresso Brasileiro, a supressão de liberdades individuais e a criação de um
código de processo penal militar que permitiu que o
Exército brasileiro e a
polícia militar do Brasil pudessem prender e encarcerar pessoas consideradas suspeitas, além de impossibilitar qualquer revisão judicial. O novo regime adotou uma diretriz nacionalista,
desenvolvimentista e de
oposição ao comunismo. A ditadura atingiu o auge de sua popularidade na década de 1970, com o "
milagre brasileiro", no mesmo momento em que o regime censurava todos os meios de comunicação, torturava e exilava dissidentes. Na década de 1980, assim como outros regimes militares latino-americanos, a ditadura brasileira entrou em decadência e o governo não conseguia mais estimular a economia e diminuir a
inflação crônica, o que deu impulso ao movimento pró-democracia. O governo aprovou uma
Lei de Anistia para os
crimes políticos cometidos pelo e contra o regime, as restrições às liberdades civis foram relaxadas e, então,
eleições presidenciais foram realizadas em 1984, com candidatos civis. Desde a aprovação da
Constituição de 1988, o Brasil voltou à
democracia, os militares foram mantidos sob controle institucional civil e sem nenhum papel político relevante.
Fonte: Wikipédia